Início da quaresma. O começo do meu sacrifício pessoal ao ficar longe do Bruno durante 40 dias. Que a Páscoa chegue logo. Por coincidência, durante todo o processo de angústia do alistamento militar, da ansiedade de que o liberasse logo para que pudesse ser contratado profissionalmente, falamos muito sobre um período de transformação que sentia que 2019 estaria nos trazendo, nos próximos meses. Bingo! E que montanha russa de sentimentos. Ser mãe não é fácil, vamos convir.
Depois da inevitável chamada no dia 18 de fevereiro – com mais teorias da conspiração do porquê dele não ter sido chamado no ano passado e dispensado igualmente como os amigos de escola – foram três dias de amor e ódio. Sei de cor os símbolos e as cores do quartel do Boqueirão. Quiçá, posso descrever até quantas árvores têm no local, o número de guaritas e as pedras que circulam o caminho de entrada. Eram os 20 minutos mais longos ao parar o carro, puxar aquela conversa trivial para esconder a ansiedade e dar o beijo de despedida. O cordão umbilical estava sendo cortado pela segunda vez, e mesmo sabendo que era preciso – ia chegar esse dia mais cedo ou mais tarde – resisti.
Primeiro dia, exame médico. A surpresa de ser atendido por uma sargenta. Passado o susto inicial, seguiu-se a seleção pela entrevista – longa, detalhada – e, consequentemente, alguns exercícios básicos – avaliados por uma gordinha como eu, como bem puxados. 40 flexões e seis voltas em sei lá quantos minutos não era pouca coisa. Ao quarto dia, uma ligação perturbadora: “mãe, o que acha de colocar na farda o nome de guerra Soldado Alves?” Era a deixa para eu saber que sim, ele tinha sido escolhido. “Mas, você não insistiu que não queria?”.
Sim. Tinha argumentado para “Deus e sobre tudo”, mas para eles nada como “quero seguir carreira na área de TI, mas preciso da liberação”, até uma de que “tinha uma excelente proposta de emprego”, “sim, pretendo entrar na UFPR em Análises de Sistema ou Engenharia da Computação no vestibular de inverno” ou o máximo, “pretendo realizar um curso na área no Canadá” não foram nada consistentes. O que bastava era saber: “Tem emprego bom? Está matriculado em alguma universidade neste momento? O resto você faz em 2020” Apenas um sim para esses questionamentos, era o que bastaria para liberar o passaporte da vida militar. Afinal, o perfil de meninos “homens” como o do Bruno, estavam na lista dos mais queridos a integrarem às forças armadas.
A estatística não mente: número de homens que se inscreveram em processos seletivos para formação de oficiais do Exército Brasileiro no Paraná e Santa Catarina aumentou 1400% entre os anos de 2016 e 2018. Segundo o general Aléssio Oliveira da Silva, comandante da 5ª Região Militar (PR-SC), em 2017 foram 7 mil inscritos e no ano seguinte, 15 mil.O Paraná alistou um total de 91.217 jovens para concorrer à previsão de 8 mil vagas.
Fico-lhe grato, ALINE, pela visita ao UAÍMA, e pelo “seguir”. A Casa é sua. Entrando na beleza que é ser convocado para o Exército, Marinha ou Aeronáutica, posso dizer “de cadeira”, é uma experiência de muito valor, eu tenho amigos cujo “calvário” de arrastar canhões morro acima, noite adentro, com qualquer tempo no seio da mata, nos fortaleceu, e de alguns sou amigo de frequentar-lhes a casa, até hoje. Outros faleceram, e outros mudaram-se, e o contato foi perdido. Felicidades à mãe toda ela sem caber em si, muito justamente alegre. Um passo a mais na vida, que dura um minuto. Veja aí (desculpe-me irromper assim, mas a saudade falou alto, a alegria também. Uma foto minha no Exército): https://paliavana4.blogspot.com/
Felicidades para toda a Família.
Darlan M Cunha
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Fico feliz pelas suas palavras. Continue acompanhando as postagens. Virão muitas outras novidades. Um abraço.
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Grato pelas visitas ao UAÍMA. Tenha um fim-de-semana sem atropelos, coisa de pluma, de abelha, daquela flor de nome dente-de-leão.
Darlan
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Obrigada, Darlan. Acredito que seja esse o seu nome. Se me autorizar a publicar sua foto e sua descrição, agradeço. Abri um espaço para divulgação em massa no facebook. https://www.facebook.com/maederecruta/
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