Sentir na pele parte da História, àquela fora dos livros, é passear pelo Museu do Expedicionário. É como entrar em um túnel de tempo. Sempre fui fascinada pela literatura não ficcional das duas grandes guerras, assim como pelos filmes e fotos antigas. Minha profissão me deu a oportunidade de ouvir os relatos de quem esteve lá na figura do expedicionário José Franzak, um dos sobreviventes da Segunda Guerra Mundial; e me proporcionou conhecer de perto as relíquias desse período.
A visita ao Museu, localizado na Praça do Expedicionário, é uma verdeira aula. Há 74 anos, chegou a notícia de que a Segunda Guerra Mundial tinha acabado. 8 de maio de 1945 ficou entrou para História como o dia em que as nações aliadas (Estados Unidos, Inglaterra, União Soviética, Resistência Francesa) venceram o nazifascismo, o Dia da Vitória.
Em Curitiba, a data será lembrada com uma programação socioeducativa que inclui: palestra alusiva, solenidade militar e exposição de viaturas antigas. As atividades que acontecem entre os dias 4 e 9 de maio, estão sendo organizadas pelo Comando da 5ª Região Militar, na Praça do Expedicionário
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E quem não teve a oportunidade de ler, relembro um pouco da história de um herói. Major José Franzak, um quase centenário, na época que o entrevistei em 2015, era um homem sorridente, igualzinho como está na foto, um velhinho bom de papo que me fez passar algumas boas horas – para mim, inebriantes de história – para ele, uma recordação única de quando esteve na Itália, na Tomada de Monte Castelo.
Nas comemorações dos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o então tenente coronel era um dos 18 sobreviventes que estavam vivos em Curitiba, no Paraná. Dois anos depois, o pracinha da FEB “passou a compor a constelação de heróis paranaenses que foi brilhar no céu”.
No tempo em que estivemos juntos durante a entrevista, em sua casa no Bacacheri, compartilhei do entusiasmo da narrativa, da expectativa da chegada em solo italiano, das folgas onde ele e os amigos iam conhecer a cidade e conviver com o povo. Mas, tambem senti a tristeza e o medo da morte. Chorei junto com ele. 70 anos depois ainda era vivo e, hoje, penso em como os seus pais mudaram com esse momento.
Obrigada, querido, por eu ter feito parte de um ínfimo do seu tempo.