Hoje, 23 de abril de 2019, meu recruta foi para a sua missão de campo. Não por coincidência, o dia é alusivo ao patrono dos militares, o soldado Jorge, da Capadócia, cidade do interior da atual Turquia. Sua história é cantada em prosa e em verso e se popularizou no mundo todo, em especial no Brasil.

Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.
Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos. 
Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo. 
São Jorge Rogai por Nós.

Quem foi Jorge? Um soldado cristão que viveu durante o Império Romano, no século 4. Foi uma época que haviam muitas perseguições aos cristãos comandadas pelo imperador Diocleciano. O então soldado Jorge protestou e acabou sendo torturado pela insubordinação.

Conta a história, que ele foi decapitado no dia 23 de abril do ano de 303, e sua atitude foi contada e recontada em diversas cidades do Império Romano entre os soldados que estavam em missão.

Assim, ganhou fama e virou São Jorge, o Santo Guerreiro.

Tão importante para o Exército, a história conta que durante a Primeira Guerra Mundial, muitas medalhas com a figura de São Jorge foram cunhadas e ofertadas aos enfermeiros militares e às irmãs de caridade que se tomaram conta dos feridos de guerra.

Pelo sincretismo religioso, São Jorge é Ogum. O orixá é o soldado de Aruanda, o general da guerra e o vencedor de demandas. Tem uma ligação muito forte – bem brasileira e parte da cultura africana – com a lua que representa em seu interior o santo, seu cavalo e sua espada, pronto para defender aqueles que precisam de ajuda.

Música Jorge da Capadócia, Fernanda Abreu