A música já diz que vida “não é ter todas pessoas do mundo para si/ e (…) que em algum lugar alguém zela por ti …” e isso tende a bastar conforme o tamanho da compreensão e coração do outro. A tradução implícita da letra do Trem Bala, nada mais é do que entender que ser feliz pode ocorrer com pequenas coisas e estas viram presentes que a vida nos oferece, assim como nos lembra a todo momento que é necessário entender os desafios que nos são apresentados.

Gratidão foi uma palavra muito ouvida neste ano; 2021 teve pandemia, mas com a diferença de ter esperança que a vacina nos trouxe, diferentemente de 2020. Foram muitas mudanças, muitas dúvidas, muitos medos, muitas perdas . Tudo muito intenso. Pouco contato com o novo mundo dos filhos, pouco diálogo, pouca interação, para a grande maioria, que muitas vezes se sentiu, pela primeira vez, como bastidor. Descobriu que os medos eram muito mais seus do que do outro; entendeu que os sonhos eram mais seus do que do filho. O superlativo imperou nos extremos. E, nem sempre fácil e rápido de compreender no mesmo ritmo de pressão que o filho se viu, de uma hora para outra, cobrado para virar adulto. E foi para ontem.

E nesse processo, o Bizu de Mãe esteve de coração aberto para quem quis ouvir, aprender, assimilar – nem sempre verdades que queriam ser ouvidas-, vencer teimosias e, acima de tudo, orientar com paciência e carinho. Porque viver novos desafios é crescer a cada dia, com consciência do que está vivendo, com racionalidade na medida do possível, com aceitação às mudanças, com vontade de vencer expectativas idealizadas e entender que nem tudo é como queremos, no tempo que queremos. Não é uma transição fácil, mas depende única e exclusivamente da vontade de quem aceita a trajetória sem volta. Fica o recado para quem fica e para quem for chegando, se o coração permitir.

Não é sobre chegar no topo do mundo, e saber que venceu. É sobre escalar e sentir que o caminho te fortaleceu. É sobre ser abrigo e também ter morada em outros corações. E assim ter amigos contigo em todas as situações. A gente não pode ter tudo. Qual seria a graça do mundo se fosse assim? Por isso, eu prefiro sorrisos e os presentes que a vida trouxe pra perto de mim (…)

Trem Bala, Ana Vilela.

E na retrospectiva do ano de 2021, o saldo é positivo. No pacotão desse acolher das mães, que chegam a pouco mais de 200 em três anos, muito se percebe as diferenças entre a mãe que chegou e a mãe que se despede desta fase. Somente, porque amizade se perpetua conforme o desejo e a importância que se deu para todo o convívio. Satisfação em ver o crescimento emocional de tantas mulheres que foram alçando novos degraus com ajuda do coletivo, quando se compreende que #juntassomosfortes”

E o puxão de orelha para prestar atenção, parar, ouvir e entender somou-se ao carinho e dedicação. Do Bizu e das mães que criam redes de proteção, tal qual como se fossem mães de filhos que não nasceram delas. É empatia.

E na trajetória teve #diariodoviajante para perpetuar o momento e virar história; teve conversa paralela e incentivo para essa mulher se ver além do papel de mãe; criar auto-estima, impor limites, exigir respeito e ser feliz. Ninguém vem ao mundo para sofrer.

Teve trocas de mensagens, questionários respondidos, pesquisa mensurada com o que tinha de melhor no recorte de comportamento de mãe de recruta. Teve silêncio por algo que ficou no desconhecido e não vamos saber nunca por qual motivo. Timidez? Falta de assunto? Frustração? Sem relevância? Não me interessa? Quando tento responder as perguntas do fluxograma, sempre me questiono do porquê permanecer em algo que não traz benefícios. Mas, teve muito mais feedback positivo e negativo que soma e faz melhorar para os próximos grupos. Gratidão!

Tivemos dois encontros festivos. Com pouco quórum, mas com sobra de entusiasmo, abraços e incentivos para um 2022 muito melhor que esse, porque somos eternamente evolução. Teve presentinho em forma de lembrança e registro. 2022 não será esquecido pelo calendário que vai ficar na geladeira. Assim como 2021 vai entrar na história pessoal e coletiva através do Bizu de Mãe. Que venham novos desafios e novos encontros!!!! E muita, mas muitas transformações porque somos engrenagens de ciclos que iniciam e acabam mas estão sempre em movimento.