
O Campo Básico está chegando. Listas, troca de informações, busca na internet e o que for necessário para tentar amenizar a ansiedade de mais uma – senão a maior – tarefa inicial do serviço militar.
Lista entregue pelo superior, a hora de olhar item por item. Vão desde a Kit Anotações a Kit Sobrevivência. No total, oito conjuntos de itens essenciais para a manutenção de cinco dias em ambiente desconhecido, hostil e inóspito.
Filho curioso, mãe preocupada. Os relatos de quem passou pela experiência nem sempre foram os melhores. Mas, fica a certeza: “se outros tantos milhares de soldados passaram pela experiência, o meu também vai conseguir”.
Um sargento da ativa me garantiu: foco, disciplina, consciência de espaço e tempo, paciência e tenacidade são fatores que garantem o bem estar. Tenho minhas dúvidas, mas quem disse que não acredito no potencial do meu filho? Sempre. A impressão que tenho algumas vezes é que irei junto (em pensamento, com certeza!).
Na lista do imprecindível: potes San Remo cobertos por fita preta impermeável; algodão para ser usado no fundo deles para não fazer barulho do que for colocado em cima; teste antes se consegue colocar os coturnos depois daquela caminhada; do contrário, não tire nunca porque corre o risco de nunca mais calçá-los; ter uma faca operacional; e muita mas muita borrachinha de pneu.
Outra militar que já participou de alguns campos de exercício, também garante: “as borrachinhas são essenciais – você as usa para tudo -, meias de futebol finas que podem secar rapidamente em algumas horas; muito hipóglos para evitar assaduras – mesmo que for magro, elas vão aparecer; potes que acondicionarão os kits devem ser hermeticamente fechado porque a água vai “correr” solta e o frio é psicológico. É para rir de nervoso agora ou depois?
(Então, brincadeiras à parte, o pessoal tem sido bem recíproco para tirar as dúvidas. Os cuidados com os pés são essenciais. Essa parte do corpo vira estudo quando diz respeito ao serviço militar. Encontrei uma tese de mestrado sobre o pé de trincheira, do Bruno Mendes, da Univas (http://www.univas.edu.br/mpcas/docs/dissertacoes/21.pdf) e ainda estou lendo as 186 páginas.
E muito micropore no pé. Vira um pacote sem apertar, sem deixar frouxo para preservar a pele diante do suor e da água. Sem contar, a palmilha no coturno para ajudar no impacto e no tempo longo de coturno no pé. E, tem que ser feito tudo na véspera. Nada de deixar para fazer no campo porque aí sem chances! E não esqueçam da bermuda de ciclista ou térmica para proteger as “partes baixas” e deixar tudo firme com cuidado nas ralações. O corpo agradece e a mente funciona melhor.
Encontrei outro blog http://bizudemilitar.blogspot.com que também reserva um espaço de dicas sobre o tema. Cuidado com a lama – muita borrachinhas de câmeras de pneus, novamente – cadarços sobressalentes e a melhor ”
JAMAIS DESISTA OU FALE QUE NÃO CONSEGUE!”.
O campo é pra você colocar em prática tudo que aprendeu no internato. Vai ter situações difíceis. Você vai achar que não vai conseguir. Vai chamar o instrutor de filha da %$&#, mas é só pra mostrar pra você mesmo que não existe obstáculo que não possa ser ultrapassado. Eu passei por isso, seu instrutor passou por isso, o comandante do Exército passou por isso e agora é sua vez. Confia na instrução que lhe foi dada e não tenha medo. Vibra que não dói, caga pra carcaça porque ela é de ralo, fé em Deus que no final vem a vitória.
@Bizudemilitar